O Comitê de Política Monetária do Banco Central determinou hoje a redução da taxa de juros Selic, de 4,25% para 3,75%. Uma nova mínima histórica para o Brasil.
Quanto menor melhor?
Nem sempre. Antes de qualquer coisa, precisamos lembrar que uma taxa de juros menor traz como consequência um aumento no fluxo de dinheiro (já que o crédito se torna mais atrativo a uma taxa de juros reduzida). Caso a maior disponibilidade monetária traga pressões inflacionárias além do esperado, temos um problema.
Ainda que hoje a inflação esteja sob controle (IPCA em 4,01% nos últimos 12 meses), o impacto dos juros na inflação não é visto de forma imediata. Há normalmente um delay para que o impacto nos preços seja mensurado de forma efetiva. Como não faz muito tempo que temos um juros inferior a 5%, não é possível avaliar com segurança se teremos uma inflação além do patamar estabelecido pelo Banco Central.
Entretanto, uma redução na taxa de juros usualmente se traduz em uma alocação de investimentos mais representativa em renda variável, em virtude da busca dos investidores por retornos mais atrativos.
Coronavírus
Diante do impacto econômico que a nova epidemia deve trazer à economia global, temos visto uma série de cortes ao redor do mundo, com destaque para os Estados Unidos, que praticamente levaram a remuneração do capital à zero ao estabelecer a meta da taxa de juros entre 0,00% e 0,25%.
A postura de redução tem sido adotada, principalmente, para facilitar o acesso ao crédito em um momento que haverá uma busca incessante por liquidez e maior necessidade de capital de giro nas empresas. Fatores que são consequência de uma menor lucratividade por uma economia estagnada em quarentena.
Ainda que a política monetária intensiva tenha sua efetividade questionada em momentos como esse em que há um estorvo tanto na oferta quanto na demanda, não fazer o corte de juros (a nível global) diante de uma pandemia também não seria uma boa opção. É papel do banco central promover as condições essenciais para o desenvolvimento econômico e utilizar suas ferramentas (como a flexibilização da taxa de juros) quando necessário.
Não temos qualquer base histórica para avaliar um comportamento de juros em níveis tão baixos globalmente. No resta acompanhar para avaliar se a intensidade com que os cortes de juros foram realizados trará consequências futuras negativas para a inflação ou se temos uma medida eficaz para o desenvolvimento perpétuo.
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