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Foto do escritorAnderson Meneses, CNPI

Os riscos de uma recuperação histórica no S&P 500.

O pior da crise para o mercado de ações americano já passou?


O S&P 500, principal índice de ações americano, já chegou a cair 32% em 2020. Desde a mínima em 23 de março, já recuperou boa parte e atualmente registra uma performance de -11% desde o início do ano. Entretanto, boa parte deste desempenho deve ser atribuído a poucas empresas, como a Amazon, que tem peso de 4,3% no índice e registra uma singular performance anual de 28,53%.


Olhando sob outra perspectiva, o índice do S&P 500 "Equal Weight" (que atribui o mesmo peso para todas as 505 ações do índice), ainda tem um desempenho de -19,6% em 2020, aquém dos -11,7% do índice padrão (ponderado).

Comparação nos retornos desde o início de 2020 entre S&P 500 (Linha azul) e seu índice ponderado (Linha preta)
Comparação nos retornos desde o início de 2020 entre S&P 500 (Linha azul) e seu índice ponderado (Linha preta)

Buscamos identificar os principais catalisadores e riscos para o rally mais rápido desde 1933, com um ganho de 28% em menos de 1 mês no mercado americano:


Uma das justificativas para a expressiva recuperação é a quantidade de estímulos do governo americano (que está na casa dos trilhões de dólares e deve chegar a 10% do PIB) acompanhado de juros em mínimas históricas (próximos a zero!).


No entanto, há um risco que parece ser ignorado pelo mercado. A partir do expressivo estímulo monetário, podemos ter um aumento relevante na taxa de inflação no médio prazo (6 meses - 1 ano). Para conter a alta (caso seja concretizada) e mantê-la dentro da meta de 2%, o Federal Reserve seria obrigado a aumentar a taxa de juros, gerando um acréscimo na taxa de desconto sobre os fluxos de caixa futuros, e consequentemente um menor valuation para as empresas.


A cada dia estão sendo divulgados novos earnings reports relativos ao 1T20. Até a última sexta-feira, 17 de abril, 9% das empresas americanas haviam reportado seus resultados para o primeiro trimestre deste ano. De forma agregada, as empresas até o momento reportaram um LPA (Lucro por Ação) 8,3% abaixo das estimativas, o que está abaixo da média dos últimos 5 anos. Um impacto negativo além do esperado já no 1T acompanhado de uma revisão no Guidance para 2020 ainda pior, pode balançar o ânimo dos investidores.


Por outro lado, o que pode trazer um upside ainda mais forte para os mercados (a nível global) é a descoberta de tratamentos ainda mais eficientes contra o Covid-19, uma vez que a cada dia estamos mais próximos da cura. Até o momento, segundo a WHO (World Health Organization), existem mais de 70 vacinas em algum estágio de desenvolvimento.


Sob a ótica política, os Estados Unidos parece intensificar a busca por indícios de que a China foi negligente e responsável pela disseminação do vírus, o que pode trazer consequências econômicas e um retorno da tensão entre ambos os países, gerando grande instabilidade nos mercados.

 

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Disclaimer: Sendo uma publicação de caráter informativo, este conteúdo não configura recomendação de compra ou venda sob qualquer aspecto. Reiteramos nossa orientação de que o investidor amplie seu conhecimento antes de tomar uma decisão a respeito de qualquer ativo.

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