R$ 7,8 bilhões de reais. Esse é o valor que a bolsa brasileira recebeu de recursos estrangeiros em apenas 1 semana (10-14 de janeiro de 2022). Pode parecer pouco se convertido em dólares ou equiparado aos valores negociados nas principais economias no mundo, mas este foi o maior aporte em 12 meses. A última vez que houve um investimento estrangeiro desta magnitude foi em janeiro de 2021, quando a entrada de recursos somou R$ 8,1 bilhões.
O valor foi suficiente para impulsionar o início de 2022 da bolsa brasileira, que até o dia 19 de janeiro acumulava retorno positivo de 3,27%, enquanto a bolsa americana amargava uma queda de 4,38% no S&P 500 e de 8,34% na Nasdaq.
Mas o que despertou esse interesse?
Voltando um pouco no tempo, lembramos que 2021 foi um ano de retornos excepcionais na bolsa americana (S&P 500 +27%, Nasdaq +21%), o que contribuiu para que não houvesse tanta perspectiva de valorização em um cenário de política monetária atualmente contracionista nos EUA.
Atualmente o Ibovespa negocia a 8x o Preço / Lucro projetado para os próximos 12 meses enquanto o S&P 500 gira em torno de 20x e o FTSE 100 (Londres), 12x, demonstrando o quão barata a bolsa brasileira pode estar caso as projeções de desempenho das empresas se confirmem. Dessa forma, a busca por oportunidades em ativos depreciados adiciona mais um item à lista de fatores que impulsionaram o fluxo de capital para a bolsa brasileira.
Um outro fator que complementa esse interesse é a perspectiva de valorização do Real. Em teoria, o crescente diferencial de juros oferecido pela economia americana e brasileira tende a ser positiva para a nossa moeda. Ainda que esse movimento não tenha sido amplamente observado, a tendência é que à medida que as preocupações e incertezas (principalmente sobre a eleição) arrefecerem, essa teoria deve prevalecer, e impulsionar os retornos dos investidores estrangeiros que tiverem alocado recursos na bolsa brasileira antes de uma maior valorização do Real.
Ficou confuso sobre o impacto cambial? Vamos a um exemplo hipotético:
Para um investidor estrangeiro comprar 5.000 ações da #Petrobras a R$ 20 cada (total de R$ 100.000), ele precisaria desembolsar US$ 20.000 com o dólar a R$ 5,00. Agora digamos que o dólar vá para R$ 4,00. Ainda que as ações da Petrobras permaneçam inalteradas nos R$ 20 algum tempo depois, e esse investidor desejar vender suas ações para sacar recursos, ele vai ter mais dólares, pois os mesmos R$ 100.000 que valem suas 5.000 ações da Petrobras, agora serão convertidas em US$ 25.000 (R$ 100.000 / R$ 4). Uma valorização de 25% na moeda de origem sem qualquer movimento no preço da ação.
Ainda que tais fatores já sejam suficientes para despertar o interesse do investidor estrangeiro pelo Brasil, ainda há um evento que incentiva o fluxo de capital para a bolsa brasileira: Os ativos do Ibovespa oferecem uma exposição rara aos setores que estão mais em voga na economia, principalmente por ser um grande produtor de commodities.
Apesar dos múltiplos atrativos, a bolsa brasileira ainda demanda cautela dos investidores residentes e internacionais. O motivo, não é nenhum mistério: As eleições presidenciais que irão acontecer em outubro se traduzem em uma incerteza nada agradável para o mercado financeiro.
Entretanto, o investidor estrangeiro já considera tais incertezas políticas e fiscais ao alocar recursos em países emergentes como o Brasil. E aos olhos dos grandes fundos internacionais, o conjunto de fatores descritos parece ter sido suficiente para compensar tais riscos.
Confira também o vídeo abaixo com a análise completa:
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