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Governos passam, empresas ficam.

O mercado de capitais é incrível por uma série de razões. Seja pela possibilidade de enriquecimento e formação de patrimônio, ou pela acentuada dinâmica e possibilidade de aprendizado dos mais diversos assuntos.


Mas todos os sonhos e objetivos podem ser alcançado por uma série de caminhos diferentes. Dentre o leque de opções que é oferecido ao investidor para alocar o seu precioso capital, há uma incerteza associada sobre a escolha.


Estamos em um momento da bolsa de valores onde não é possível identificar com clareza qualquer tendência. São diversos os fatores políticos e fiscais que ofuscam a nitidez sobre qualquer cenário, e tiram até mesmo o sono dos investidores mais focados no longo prazo.


Com as taxas de juros refletindo atualmente um prêmio expressivo para o Risco-Brasil diante da elevada incerteza no cenário fiscal, os investidores podem tranquilamente obter retornos que superam os 10% (líquidos) ao ano.

Mas o que fazer quando a bolsa de valores oferece oportunidades ao melhor estilo "once in a lifetime" - que só aparecem uma vez na vida - mas trazem consigo um elevado risco de depreciação caso o cenário fique ainda pior?


Se você espera uma resposta pronta e direta para esse dilema, lhe adianto que não há apenas uma.


Essa decisão depende de múltiplos fatores, dentre eles: i) Seu apetite ao risco; ii) A composição atual da sua carteira de investimentos e; iii) O seu julgamento sobre o cenário atual. Sobre o último item, está a nossa contribuição.


Antes de comentar a respeito, trago uma reflexão: Qualquer declaração enfática sobre o que virá a acontecer terá mais incertezas consigo do que uma sincera dúvida. Estatisticamente, dentre diversos especialistas que tentarem cravar um cenário, teremos alguns felizardos acertadores. Fruto da sorte ou mera ocorrência probabilística, não é a nossa intenção na Alkin Research cravar qualquer cenário diante do nível de incerteza que assombra a bolsa de valores. Entretanto, as circunstâncias atuais nos permitem uma certeza:


Não há resultado corporativo recorde, fusão, aquisição, ou notícia positiva que se traduza em prosperidade para o preço de uma ação enquanto não houver um arrefecimento no cenário de juros.

Mas Anderson, então os fundamentos não importam mais?


Sempre importam, e sempre irão importar. E tenha isso para o longo prazo, sem sombra de dúvida. Entretanto, no curto prazo, o mercado fica à mercê da volatilidade de fatores macroeconômicos que por mais que possam afetar o valuation das empresas, têm seus impactos traduzidos de forma muitas vezes exagerada no preço das ações.


Somente o tempo, junto ao comprometimento com o cenário fiscal, trará a racionalidade de volta ao mercado de ações no Brasil.

Ainda que as maiores oportunidades usualmente residam nos momentos de maior incerteza, insegurança e falta de esperança, investir nesses momentos é uma decisão que deve caber a cada um. O único erro do investidor será tentar acertar o fundo ou topo de qualquer ciclo de mercado, onde o sucesso dependerá mais de ocorrências probabilísticas do que conhecimento e sabedoria do mercado.


A dúvida é o princípio da sabedoria.


-"Mas o que você quer dizer com essa filosofia pronta, Anderson?" , é o que acredito que a maioria esteja se perguntando. Trouxe essa mensagem enfática para destacar o benefício da necessidade de reflexão. É a dúvida que nos faz refletir em busca de explicações racionais aos nossos pensamentos e consequente ações.


Apesar dos riscos associados, a incerteza traz consigo o desenvolvimento de novas estratégias, que irão nos preparar para a próxima crise.

Na Alkin Research, não esperamos que a bolsa se recupere de forma sustentada enquanto houver um prêmio de risco elevado para se investir no Brasil. Mas esta, é uma preocupação para quem está focado no curto prazo.


A prosperidade, assim como a certeza, não vem da noite para o dia. Seguimos atentos, mas focados nas oportunidades de longo prazo.


Lembrem-se: Governos e presidentes passam, empresas ficam.



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